segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Caixa Cultural expõe obras de Helio Lage

Laís Lopes

Acontece Caixa Cultural de Salvador a exposição da Mostra de charges, caricaturas e tiras de Hélio Lage, 40 anos de humor. A mostra estava prevista para ocorrer do dia 1° de setembro a 3 de outubro, mas será prolongada até dia 31 de outubro. As principais charges da mostra são as relacionadas ao falecido político Antônio Carlos Magalhães (ACM), a situações locais, nacionais e internacionais. Entre as caricaturas mais admiradas estão a do jogador Ronaldo e também de Pelé.
Grande parte dos trabalhos expostos pertence ao acervo da família do artista, e do jornal Tribuna da Bahia, veículo no qual Lage trabalhou por quase toda a sua vida. O artista, que faleceu em novembro de 2006, ficou conhecido por retratar fatos do cotidiano da vida brasileira de forma apimentada e polêmica.

A idealização da mostra foi do cartunista baiano Nildão, grande amigo de Lage, “que admirava a generosidade do artista”, como declarou Ettiene Bosetto, mediadora do projeto. A exposição contou com cerca de 276 pessoas em seu primeiro dia.
Segundo a mediadora do evento, Ettienne Bosetto, a mostra valorizou bastante o trabalho de Lage, além de chamar atenção dos cartunistas baianos.
Já para o mediador do evento, Diego J. Cardoso, a mostra é uma forma coerente com uma política regional e nacional. “Através das obras as pessoas tem contato com a política e isso incentiva o debate”.
O visitante do evento, Jacob Nascimento, designer gráfico, achou legal ter visto o trabalho. “Ele é o mestre no humor e é muito inteligente no fazer da piada. Sem nenhum esforço faz o humor.”





Biografia do chargista

Hélio Roberto Lage nasceu em Salvador, em 16 de Setembro de 1946, era arquiteto, mas revelou seu talento através do ofício de chargista e cartunista
Lage foi um dos criadores e editores de publicações como o suplemento de humor A Coisa, do jornal Tribuna da Bahia e o jornal independente Coisa Nostra, ambos publicados na década de 1970.

O artista possui trabalhos premiados dentro e fora do país sendo que, em 1984, um de seus trabalhos foi premiado no Salão de Humor de Stuttgart, na Alemanha, e nos anos de 1971 e 1973 dois de seus cartuns foram premiados no Salão de Humor Mackenzie, em São Paulo.
Entre os anos de 1976 e 1980, Lage foi editor de arte da Revista Viverbahia.

Em 1987 foi um dos responsáveis, pela inauguração da Galeria do Humor, na Boca do Rio, mais tarde a dupla lançaria a Revista Pau-de-sebo, publicação do início dos anos 1990.
Em 2003, produziu a série de Ditados Populares da Bahia, em que seu traço  ilustrava pérolas como “Tá pensando que beiço de jegue é arroz doce?” e “Baiano não nasce, estréia!”.
Lage é também autor de ilustrações de uma das mais famosas publicações do mercado editorial baiano: o Dicionário de Baianês, ilustrado pelo artista, a pedido do amigo e autor da obra, Nivaldo Lariú.

Artistas como o escritor Ruy Espinheira Filho considera Lage como grande artista e grande ser humano. “Sua morte precoce deixou muito mais pobre a Bahia. Sempre sentirei falta dele, que diariamente nos iluminava com seu espírito brilhante”, declarou o escritor no site oficial da exposição.

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