sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Homofobia não é coisa de viado. Homofobia é coisa de gente sem consciência social



Marcos William Oliveira e Rangel Querino

A Unijorge, Universidade Jorge Amado, é tida como uma das principais instituições privadas de Salvador, se não da Bahia. E uma das características primordiais desse centro universitário é promover a ascensão profissional dos estudantes por meio de ações realizadas por esses, intentando estabelecer maior prática na área a qual o estudante atua ou visa atuar. Pois bem, aí começa surgir o principal foco deste texto: Um cartaz publicitário anti-homofobia criado por alunos dessa instituição.

A mídia citada anteriormente é super conhecida entre os alunos, pois encontra-se, basicamente, diante de todas as catracas que dão acesso ao ambiente interno da universidade. Porém, não é pretendido analisar sua localização, tão pouco sua qualidade "publicitariamente falando", pelo menos não neste momento. O que é pertinente fazer, é julgar seu impacto social, haja vista seu objetivo principal de combate ao ódio à homoafetividade.

Para começar o processo analítico, é necessário conhecer o que é dito no texto: "Homofobia é coisa de viado. Bater em um gay não te faz mais hetero, só te faz menos homem". Como o cartaz visa extinguir o preconceito, pressupõe-se que a homofobia é algo ruim. Ninguém quer combater algo bom. E, a medida que o redator associa o sentimento homofóbico ao termo "coisa de viado", ele, instantaneamente, reafirma o sentido pejorativo atribuído ao "ser viado" que, por sua vez, é entendido como "ser homossexual".

Um outro ponto relevante e que se faz necessário discutir, é quando no final da frase o autor diz: "Bater em gays [...] só te faz menos homem". Qualquer análise superficial sobre o texto permite afirmar, não se sabe se de maneira voluntária ou não, que o autor associa o "ser viado" ao "ser menos homem", pois quando diz que "homofobia é coisa de viado" e depois fala que "bater em gay só te faz menos homem", ele parece fazer essa ligação entre as duas personalidades e isso é homofobia, pois os gays querem ser vistos como homem que, de fato, são. O "ser homem" prescinde de opção sexual, do contrário uma criança sem desejo sexual e libido, relativamente, não desenvolvido, jamais seria considerada do sexo masculino ou não.

É necessário rever conceitos e a estrutura textual no seu aspecto semântico dentro desse cartaz, e esse comentário serve para isso. Não se combate uma determinada coisa utilizando termos dessa, e essa utilização só trona esse determinado assunto muito mais firme, e o que é pior: de maneira subliminar, causando aquela coisa a qual se chama hipocrisia.

Um comentário:

  1. Ótima análise!!! O impacto visual provocado pela fotografia do rapaz agredido é muito bom. Mas o texto estraga tudo!!!

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