sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mídia X Homossexualidade

Juliana Caldas

A cultura de um povo é construída por alicerces que os mantém, e desenvolve-se sobre os pilares da moral que a forma. Pois, não é nenhuma novidade que, no Brasil, a grande formadora de opinião é a mídia. Em especial, a televisão, o mais popular dos meios de comunicação. Por isso, nesse tempo em que estamos, de se construir barreiras que defendam as minorias (que em nada são inferiores), a TV é uma poderosa arma.

No âmbito político, as gritarias acerca das leis anti-homofobia dividem opiniões da bancada religiosa e socialista. Do outro lado, a TV segue em contradição quando faz às vezes de democrática cobrindo a longa luta política, enquanto impede cenas de romance entre pessoas do mesmo sexo em suas novelas.

De um modo geral, o que se espera (ou deveria esperar) do mais popular meio de comunicação em massa, é a pluralidade de sua programação. Fornecer conteúdo de qualidade, que vá de encontro à diversidade de idéias e culturas. Decerto, há gays na televisão. Eles estão presentes nos programas de humor, são vistos em formas caricatas nas novelas e nos reality shows. A televisão impõe ao gay a postura caricata, meramente humorística, da mesma forma que deturpa a imagem dos nordestinos (Dona Helena sempre tem uma empregada baiana), e de tantos outros grupos.

O comportamento homossexual está atrelado, segundo o que se vê na mídia, ao total desapego de regra e moral. Essa característica marcante nos gays da televisão faz reflexo direto na interação social, destacando o preconceito. Mais que preconceito, a aversão total e irracional a essa específica diferença.

Partindo agora para a classe mais responsável pelo conteúdo e informação, o jornalismo. É preciso ter cuidado na forma que se representa os homossexuais nos noticiários. A intenção que se evidencia é de um colocá-los sempre no papel central de um espetáculo de circo. Como resultado, o que sobra nesse sentido são os casos de violência, perversão e marginalismo protagonizados por gays, travestis e transexuais. Os programas locais de Salvador são exemplos clássicos disso. A transgressão da imagem de um indivíduo que, por possuir uma característica de fácil manipulação para o humor, vira um prato cheio para o comércio do ridículo.

A TV é tão importante na definição da nossa cultura, compromete a moda, a música, as artes. Com o nosso comportamento não é muito diferente. O que se vê na TV, não demora muito, poderá ser visto na sua sala de estar.

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